Thursday 12 November 2009

Sons Que Amam as Imagens e as Imagens Que Amam os Sons

Os Grizzly Bear, que este ano editaram o fabuloso disco Veckatimest, seguramente entre os eleitos de 2009, escolheram para terceiro single, salvo erro, este “Ready, Able”, uma canção não só inspirada como detentora de um poder hipnótico singular. Marcada por dois momentos distintos, tem no segundo a vertente mais arrojada conferindo-lhe não só o estatuto de candidata a canção do ano como ser digna de figurar entre as eleitas da década. Por isso mesmo, o excelente (não há outras palavras) vídeo oficial, realizado por Allison Schulnik, não podia ser melhor forma de honrar a beleza da música que ilustra, e esta, obviamente, a melhor forma de honrar a beleza das imagens que acompanha.



Grizzly Bear - "Ready, Able" (Veckatimest, 2009)

Thursday 5 November 2009

No Tempo da X

Os ecos do desaparecimento do António Sérgio ainda reverberam pela internet inteira, e demonstram a imensa minoria de amigos e seguidores que o Mestre transportava consigo. As minhas memórias dos programas do António Sérgio são muitas e dispersas. Às tantas, já nem sei se a banda A ou o grupo B me foi revelado durante a audição de um seu programa ou se por um amigo que ouviu o seu programa. Isso não é muito importante. No entanto, do tempo em que esteve na XFM, houve uma música que passava com uma recorrência assinalável e que prendeu a minha atenção imediata. Tratava-se dos The Young Gods e a canção era "Lointaine", uma da duas cantadas em francês no álbum Only Heaven.


Para ouvir a canção completa, carregar em "Play full song here" ou no link acima.

Sunday 1 November 2009

Bateu a Última Hora do Lobo


Não sei se o facto de ser véspera de finados é alguma última ironia de António Sérgio para connosco, em que António Sérgio surge novamente aos microfones da rádio e nos revela a partida que nos pregou. Quem me dera que fosse. Lembro-me também do dia da morte desse grande actor que foi Mário Viegas, a 1 de Abril, e alguém comentar que não tinha acontecido, que tinha sido apenas uma partida do Mário. No dia 1 de Abril, só podia ser. Com o António Sérgio não desaparece apenas o Homem, desparece o divulgador de música como já não se encontram nos dias de hoje, desparece o radialista cuja tradição de fazer rádio pelo que ela representa ou está fora de moda ou está fora das linhas editoriais das rádios, desaparece o efeito surpresa com que nos brindava ao passar música. Homem de gostos eclécticos que nos sabia mostrar a essência do rock, dos seus primórdios aos dias de hoje, foi uma companhia habitual desde o “Som da Frente” até ao “Grande Delta” na extinta XFM. Vim a reencontrá-lo na rádio Radar, que em boa hora o recuperou e salvou do gueto a que estava confinado na Comercial. Obrigado António Sérgio. Não há sequer palavras suficientes para expressar a minha gratidão e a de muita gente que contigo cresceu. Só por isso, nos devemos sentir privilegiados.