Saturday 9 July 2011

A Morte Improvisada


Morreu hoje Jorge Lima Barreto, contava 61 anos. Figura incontornável da música experimental e improvisada em Portugal, ajudou a moldar uma certa franja musical portuguesa que se movia na fronteira entre o pop/rock e a música erudita. O seu prmeiro projecto, a Anar Band, é partilhado com Rui Reininho e tem um único registo discográfico em 1976/77. Mas viria a ser mais tarde, em 1982 com a edição de “Ctu Telectu” (a reedição foi aqui mencionada na altura), primeiro registo dos Telectu agora com o ex-GNR Vítor Rua, que o nome de Jorge Lima Barreto viria a ter maior proeminência, pese embora o cariz ultra-minoritário dos que acompanharam o percurso da banda. A presença nos palcos do CAM da Gulbenkian marca o local onde vi os Telectu pela primeira vez, até uma sessão ao ar livre e um simples piano para improvisar, na Expo, para não mais o reencontrar. A obra é relativamente vasta se considerarmos o público a que se dirigia, e as colaborações diversas, em especial na esfera da improvisação, tais como Carlos Zíngaro e vários músicos estrangeiros. Para além da vertente de compositor e músico, Jorge Lima Barreto também se preocupou com questões de musicologia e de música moderna com vários livros publicados, de onde se destaca, pela maior visibilidade relativa, “Musica Minimal Repetitiva” e “Rock & Droga”. Sem dúvida que a cultura portuguesa perdeu uma pedra importante, mal-grado a polémica que gerava no seio do meio artístico, e em especial em Portugal, onde este é demasiadamente pequeno.

Friday 8 July 2011

A Única Notícia Que Haverá Aqui Sobre os Festivais

Lá para os lados de Algés descobriu-se que para ir até Marte são precisos bem mais do que 30 segundos.

Wednesday 6 July 2011

Portulixo

Ontem uma agência de rating colocou o país... ou melhor, a sua dívida, ao nível do lixo. Mas o mais curioso é verificar a prole de alguns economistas e gestores virem agora a terreiro a classificar esta decisão de, nada mais nada menos, terrorista. Sim, esses mesmos, que agora finalmente vêm consagrado no governo do país a possibilidade de uma política liberal, a tal que representa a salvação para os nossos problemas, a tal cuja negação por anteriores governos representava um forte condicionamento às classifcações dadas pelas mesmas agências, as quais foram sempre justificadas por razões superiores de mercado. Esta mesma gente, ontem como hoje, não percebe que no lixo já estamos nós todos, que para o poder do capitalismo mundial, os povos não são mais que lixo, os trabalhadores não são mais que uma simples peça numa engrenagem que visa o lucro e a ganância das especuladores. Estamos num patamar em que por mais roupa que tiremos do nosso corpo, teremos sempre roupa a mais em cima. E isso inclui a nossa pele.