30 Anos a Voyager no Espaço
Foi neste dia do ano de 1977 que a nave Voyager 1 foi lançada para o espaço com o objectivo de vaguear no Universo como um vagabundo das estrelas, não sem antes ter visitado alguns objectos celestes do nosso sistema solar. Actualmente é o objecto humano mais distante da Terra, a umas respeitáveis (para nós) 104 Unidades Astronómicas, ou seja, 104 vezes a distância média da Terra ao Sol. Uma mensagem da Voyager 1 demora cerca de 13 horas a chegar até nós. Tal como uma mensagem numa garrafa que enviamos para o mar numa ilha deserta é caso para dizer que, apesar da distância, não saíu ainda sequer da praia.
No seu percurso visitou Jupiter e Saturno, mas agora está muito para além do último planeta do sistema solar, mas ainda dentro da área de influência do Sol. Apesar de ter sido lançada antes, em 20 de Agosto do mesmo ano, a Voyager 2 não se encontra tão distante. A Voyager leva consigo uma mensagem representativa da civilização e cultura terrestre na esperança que alguma civilização no espaço exterior a intersecte e assim tome conhecimento da nossa presença no Universo. Até agora parece que nos encontramos sozinhos por aqui, embora isso nos pareça ser um enorme desperdício de espaço, como afirmava Carl Sagan.
Imagens (C) NASA
7 comments:
É por estas e por outras que ADORO este blog!
Obrigado por esta breve história do tempo!! ;)
Era pequenota na altura e não guardo nenhuma imagem do lançamento. Sabes se deu direito a transmissão televisiva?
De nada! Já há um tempo que um assunto de ciência não vinha à chafarica...
Quanto a transmissão, não me lembro muito bem, mas creio que não. Enquanto durou o programa Apolo havia transmissões, e depois disso só com o arranque do Space Shuttle.
Não em lembro do lançamento, mas recordo-me, durante a infância e adolescência, de acompanhar as passagens pelos diversos planetas através da RTP. É esta sonda que transporta, entre os seu cartão de visita para eventuais civilizações extraterrestes, aquele conjunto de desenhos nos quais se destaca um casal humano nu?
Puto: Não, essa mensagem com as imagens que referes foram colocadas nas sondas Pioneer 10 e 11, as quais foram lancadas uns anos antes. As Pioneer também têm como objectivo andarem a vaguear no vazio, mas não se encontram tão distantes quanto as Voyager. Creio que já não conseguem contactar com ambas; ou estão mudas ou tiveram um encontro imediato do 4º grau com um cometa da cintura de Kuiper ou da nuvem de Oort (se é que essa nuvem de cometas existe). Já agora: a nuvem de Oort é uma região cuja existência não passa, por enquanto, de um postulado, habitada por cometas e com uma área esférica em torno de todo o Sistema Solar com umas respeitáveis 50000 UA de raio.
50000 UA é muito km! É incrível o poder gravitacional do Sol. Mas será só o Sol que influencia maioritariamente esses corpos? Qual é a origem de tantos milhões de cometas, essas massas de gelo sujo?
[Tens que começar a cobrar.]
Eu voto numa palestra privada! :)
Se calhar... não era má ideia cobrar uns trocos ;)
Puto: na realidade não sei grande coisa sobre a nuvem de Oort, apenas umas informações soltas e um salto à Wikipédia (mas não "à lá Luis Filipe Menezes"). Segundo os especialistas, é uma forma de justificar um paradoxo: como cada passagem pelo interior do sistema solar causa um desgaste nos cometas (as famosas caudas são reflexo disso), como ainda os continuamos a ver, em especial os de período longo, significa que tem de existir uma fonte contínua dos ditos, caso contrário, ao fim dos 4,6 mil milhões de anos de idade do sistema solar, já não deveria restar nenhum. No entanto, deve salientar-se que nenhuma observação directa da nuvem foi efectuada.
Aspectos que me intrigam é a conclusão a que chegam de a massa desses cometas, no seu conjunto, ser 3,5 vezes a massa da Terra, o que significa que a densidade populacional dos cometas é estraordinariamente baixa. Em segundo lugar, a forma esférica da área referente à nuvem de Oort. Apesar de os efeitos gravitacionais do Sol serem muito fracos, estaria à espera de algo mais achatado em conformidade com o próprio sistema solar. Se pensarmos que estrelas mais próximas tenham alguma influência gravitacional nestes corpos, não deixamos de estar numa galáxia espiral achatada. Mas aparentemente haverá uma zona interior com uma distribuição do tipo donut. Mais informações
Quanto a palestras: tenho uma agendada para a Galeria Matos Ferreira no Bairro Alto dia 24 de Abril de 2008. Não sei bem a hora, mas é lá para as 19h. Está integrada num conjunto de palestras de iniciativa do Dep. Geologia. Todos serão bem vindos. :)
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