O Nobel da Física 2008
Não é que tencione dar uma notícia que já muita gente sabe, nem explicar grandemente a razão do Prémio Nobel da Física em 2008, coisa que aliás nem sequer consigo fazer como deve de ser. Acontece que este ano os laureados, Makoto Kobayashi, Toshihide Maskawa e Yoichiro Nambu descobriram o fenómeno de quebra espontânea da simetria no mundo das partículas subatómicas bem como a origem dessa quebra de simetria a qual permitui prever a existência de pelo menos 3 famílias de quarks. Ora, caros leitores, estão a ver a razão do nosso contentamento. Um Nobel que celebra a existência do nosso alter-ego que aqui se dá ao trabalho de vir rabiscar umas palavritas sobre assuntos vários que ora deambulam pela ciência, ora pela música, ora pela boa disposição, ora pela política e opinião, é algo para comemorar.
Não foi na altura em que estes ilustres cientistas descobriram esta quebra de simetria que o termo quark nasceu. Esse baptismo veio do trabalho de outro físico que formulou um esquema de classificação para os hadrões de que resulta o modelo dos quarks, trabalho que conjuntamente com a matemática que confere ao modelo um carácter predictivo lhe valeu o Prémio Nobel da Física em 1969, Murray Gell-Mann. Para o efeito, Gell-Mann queria uma palavra que imitasse o som dos patos (digam lá que os cientistas não têm espírito e capacidade para bricarem com o que estudam...) até que se deparou com a palavra quark no poema Finnegans Wake de James Joyce, o qual reza assim (isto vem repetido vezes sem conta em inúmeros livros de divulgação):
Three quarks for Muster Mark!
Sure he has not got much of a bark
And sure any he has it's all beside the mark.
E assim, caros leitores, ficam a conhecer um pouco sobre a origem do meu misterioso nome... A estranheza é mesmo um “sabor” quântico.
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