Um Texto Inútil Sobre um Episódio... Triste
Muita tinta está a fazer correr por esse país fora um vídeo que mostra Maitê Proença a (tentar...) fazer humor/ironia(?) com Portugal. A coisa é tão só de uma pobreza confrangedora que nem piada consegue ter. Se eu me sentisse insultado (que não me sinto, pois aquilo nem esse sentimento me consegue provocar) só se fosse pela incapacidade real de fazer humor com o assunto. E o facto de as pessoas (neste caso os portugueses) se sentirem desconfortáveis com a situação, apenas revela igualmente falta de inteligência e algum provincianismo que ainda nos caracteriza. Só me consigo recordar do episódio com um amigo de Madrid que conheci há já vários anos em Münster na Alemanha, ter ficado admirado quando descobriu que o famoso Manuel da série Fawlty Towers, afinal era de Barcelona e não do México como a Televisão Espanhola sempre impingiu. Pobre do povo que não consegue rir de si próprio. Quanto ao episódio que parece estar a provocar tanta celeuma na população, ao ser encaminhado para o respectivo vídeo no Youtube, associado encontrava-se este, da mesma Maitê, que só me deixa o sentimento que a esta mulher eu consigo perdoar tudo, até os episódios mais tristes da sua vida.
7 comments:
Strange não concordo mesmo nada que o povo português seja provinciano ou pouco inteligente! Muito me admira este teu ponto de vista mas pronto...
Em todo o caso acho que o que e' triste e que uma pessoa que e tao bem recebida e acarinhada por tantos tugas tenha uma atitude tão desprezível e imbeciloide...
Fica bem Strange
Olá Isabel,
Como todas as generalizações que fazemos (e eu também as fiz nessa afirmação) corremos riscos. Agora, a afirmação apenas se dirige à reacção perfeitamente exagerada que está a ocorrer à volta deste assunto, que na realidade não tem importância nenhuma. Basta veres alguns comentários, por exemplo no jornal Público, para verificares que desde o incómodo até ao insulto xenófobo e racista contra os brasileiros vai um passo muito pequeno e isto é algo que não consigo tolerar e justifica o que escrevi. Caramba! Se somos mais inteligentes do que apregoamos então demonstre-se isso mesmo, a começar pelos próprios meios de comunicação social e a forma como apresentam a notícia(?).
Por fim, creio que o melhor remédio é mesmo gozar o prato, como acho que tentei fazer com o post... ;)
Um abraço
E esta coisa até já chegou aos telejornais!... Só reforça a minha tese de que vivemos no período da "Informação YouTube". Quando o trabalho de profissionais da informação se limita a procurar na internet (ou receber via e-mail) cenas pitorescas com pouca a nenhuma piada, só lhe posso dar um rótulo: jornalismo de merda.
Abraço.
Amé(rde)n!
Estou contigo!
Aliás, este episódio (não o vídeo mas a reacção ao mesmo) tem-me suscitado algumas reflexões sobre o crescente definhar das liberdades democráticas em Portugal.
O Vídeo é-me completamente indiferente. O pseudo-moralismo, a falta de sentido de humor, a tendência xenófoba e a tentativa de calar todas as vozes que não agradam preocupam-me bastante.
E de que maneira! Isto está a chegar a um ponto um bocado esquisito porque as pessoas comunicam umas com as outras de forma muito fluida e fácil. E de repente há por aí muito sítio onde se convive mal com a diferença de opiniões. Eu não acho que deva ter sempre razão em tudo o que escrevo, e qualquer um pode discordar dos meus pontos de vista, mas nada disso deve impedir o que é mais essencial, ou seja, a troca de ideias.
Este teu comentário deu-me a deixa para publicar aqui um texto que já escrevi há vários meses, precisamente sobre a liberdade de opinião, onde inclusivamente recorri a um pequeno episódio em que o insulto baixo bateu à porta de um blogonauta que deves recordar dos tempos em que dava luta comentar na Radar, o Prometeu, episódio esse onde estive involuntariamente envolvido já no rescaldo do álbum de família dos Arcade Fire.
um abraço
Ponho-me a pensar de qual seria a reacção dos portugueses se o sketch da discórdia tivesse como protagonista um dos palermas do Gato Ferdorento...
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