Friday, 3 July 2009

To Be or Not To Be


Terá sido esta a dúvida existencial shakespeareana da pianista Maria João Pires aquando da decisão em renunciar à nacionalidade portuguesa? Sentiu-se maltratada pelo governo e dá um pontapé na nacionalidade. Não duvido das dificuldades que a Maria João Pires terá sentido em montar e sustentar projectos em Portugal na área da música. No entanto, relembro o trabalho extraordinário que professores de música têm feito com crianças num coro sediado na Covilhã e objecto de reportagem televisiva onde a preserverança, a entrega e a boa vontade são fundamentais. É a partir destes gestos que se lançam sementes e nascem flores. Não pretendo julgar a oportunidade ou mesmo a sustentabilidade de projectos como o de Belgais. O que já não compreendo é que perante as dificuldades se propale aos quatro ventos que se está zangado e, como tal, se renuncie à sua nacionalidade, que é também uma forma de renunciar ao país e ao futuro daquilo em que se pensa que acredita. Na vida podemos ser combativos ou conformados. A Maria João Pires não foi nem uma coisa nem outra: foi simplesmente mesquinha.

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