País Irreal
Nesta última semana, as notícias absurdas sucederam-se a um ritmo alucinante. A bem dizer, a culpa não está nas notícias, mas naquilo que configuram sobre um Governo que parece estar a cair num estado de desespero e desorientação inauditos. Se se mantivessem os prémios do Restaurante instaurados nos primórdios deste estabelecimento, creio que seria difícil apresentar um vencedor. Vamos então por partes.
Descobre-se na Madeira que existe um buraco orçamental de mais de 1.100 milhões de euros, ao que o palhaço de serviço do costume já veio contra-argumantar que o fez “em legítima defesa dos ataques do governo socialista”, que “não está minimamente preocupado com a situação”, que a “obra continuará a ser feita”, que “não haverão cortes salariais na região”, e tudo o mais que o mais criativo dos políticos possa imaginar. Se Passos Coelho já tinha levado um murro no estômago com as agências de rating, agora parece ter levado uma bordoada na face e um potapé nos colhões que até se torce de dores no chão. O Ministro das Finanças, o testa de ferro do Governo, subitamente calou-se. E o país continua a ver passar o cortejo carnavalesco com o folião Jardim à cabeça, a bater palmas e a rir-se. Entretanto já vieram notícias a público que, quer Cavaco Silva, quer a PGR, sabiam da situação. Vai-se a ver e os dividendos da venda de acções do BPN por parte do PR foram investidos na zona franca da Madeira.
O Governo cometeu a inacreditável proeza de incluir na lista de organismos a extinguir o Centro Internacional de Luta contra a Poluição no Atlântico Nordeste (CILPAN), coisa que não tem poderes nem competência para o fazer porque o dito organismo foi criado ao abrigo de um tratado internacional entre a Comissão Europeia, a Espanha, a França, Marrocos e Portugal. Não fosse tudo isto triste e de um embaraço monumental para a aventesma (para não dizer profundamente incompetente e estúpido) que teve a brilhante ideia, e até dava vontade de rir.
Afinal o projecto do TGV vai em frente... mas em via única. Aqui deixo apenas o comentário de um leitor do Público que afirmava que estava profundamente convencido que se tratava de um título do Inimigo Público. Acho que não é preciso dizer rigorosamente mais nada.
Para terminar, desejo apenas que em breve, quer madeirenses quer continentais, saibam onde fica a Praça Tahrir.
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