A Nossa Terra
Já aqui foram mencionadas as iniciativas de cariz científico e não só relativas ao Ano Polar Internacional e Ano Internacional do Planeta Terra. O primeiro havia sido lançado há precisamente 1 ano e 1 dia e vê agora os seus dias chegarem ao fim neste mês. O segundo, arrancou também no ano passado, mas só a 12 e 13 de Fevereiro de 2008, em Paris, foi lançado oficialmente sob os auspícios da UNESCO. Ambos os eventos são oportunidades únicas para uma consciência colectiva dos problemas que nos afectam no planeta onde habitamos e, para todos os efeitos a muito longo prazo, o único no Universo onde tal é possível. Ninguém, em seu perfeito juízo, deita abaixo a sua própria casa.
A revista Nature publicou em Janeiro de 2008, um suplemento dedicado ao Ano Internacional do Planeta Terra. Uma ocasião para olharmos para uma ciência que tem sido algo menosprezada na feira das vaidades social onde se olha demasiadas vezes para a indumentária e pouco para a substância. Aliás, em 2007 decorreram 200 anos desde que foi criada a mais antiga sociedade geológica. Decorria o ano de 1807, era uma sexta-feira, 13 de Novembro, e 13 personalidades colocaram a sua assinatura no documento que criou a Geological Society of London. Acto contínuo de desrespeito por crenças supersticiosas, da ciência que mais abalou em todo o século XVIII e XIX as estruturas da fé cristã. No artigo de Frank Press, precisamente sobre “Earth Science and Society”, há duas citações que o autor usa e que merecem ser aqui reproduzidas. Uma vem da pouco simpática Margaret Tatcher, numa ocasião na Royal Society em 1988 onde afirmou “the value of Faraday's work today must be higher than the capitalization of all the shares on the stock exchange”. A outra, do historiador americano Will Durant, que afirmou “Civilization exists by geological consent, subject to change without notice”.
Cabe-nos a nós, meros habitantes neste frágil Planeta Azul, reflectir sobre ambas.
No comments:
Post a Comment