Saturday 19 September 2009

Deep Gore Jazz

Os Bohren & der Club of Gore são um agrupamento oriundo da Renânia do Norte-Vestefália germânica e caracterizam-se por comporem música instrumental algo inclassificável, o que é coadjuvado pela própria caracterização que o grupo faz de si próprio. Resultado da reunião de amigos com gostos comuns por estilos musicais onde se levam ao extremo as emoções e as vísceras do que quisermos imaginar, tais como o Doom e Death Metal, decidiram ir para além deste conceito introduzindo-lhe um downtempo também ele extremo e buscando ao jazz o resto dos ingredientes. Assim nasce um som que já qualificaram de doom ou dark jazz. O seu último registo físico tem a data deste ano mas corresponde a uma gravação com pouco mais de 10 minutos feita para a Latitude Series da Southern Records, à semelhança das famosas Peel Sessions da BBC. Ouvir Mitleid Lady é uma experiência que nos leva aos mais profundos e negros cantos recônditos dos nossos sentimentos com um poder que raramente tenho experimentado na música. Não sendo propriamente muito populares por aí, aqui fica um outro registo, “Midnight Black Earth” do seu álbum de 2002, “Black Earth”.



Midnight Black EarthBohren & der Club of Gore (2002)

Sunday 6 September 2009

A Pequena Camada Atmosférica



A partir da Estação Espacial Internacional, mais uma foto do nosso Planeta Azul que, ao contrário do que apregoam, não é nada frágil. Frágil é a vida que nele habita! E a fina camada azul é a pequena redoma atmosférica que mantém parte substancial dessa vida realmente viva. Foto da NASA retirada do site do Público.

Friday 4 September 2009

A Bocas Sai de Cena...

Muita tinta vai fazer correr esta, diria oportuna, suspensão do Jornal Nacional da TVI à sexta-feira. Há várias questões a considerar:

1. É, para todos os efeitos, um acto de cerceamento da liberdade de expressão, mesmo que para isso achemos abominável, condenável ou outras coisas terminadas é "ável" o que nesse espaço noticioso se fazia. Para o efeito há uma autoridade para a comunicação social e um sindicato dos jornalistas que deverá aferir se as regras deontológicas estão, ou não, a ser cumpridas.

2. Para o bem e para o mal, a TVI é uma empresa privada e a direcção faz o que bem entender dos seus programas. A privatização dos media não é um garante de independência, a não ser dos poderes políticos em quem esses interesses privados não se revêm.

3. Se por hipótese, o governo PS teve alguma mãozinha no assunto, não podiam ter escolhido pior altura em vésperas de eleições pelo que relativamente a esse aspecto, acho que basicamente continuamos na dúvida.

Agora o que eu realmente acho:

Foi um acto de verdadeiro serviço público terem tirado a Manuela Moura Guedes das ondas televisivas, porque o Jornal Nacional da TVI, mais que um espaço noticioso, era já um momento de série de terror e para o confirmar eis uma foto da protagonista principal:


Como cidadão, proponho que substituam a Manuela Moura Guedes por esta apresentadora, que creio ser da Televisão Espanhola e cujo nome não me recordo:


A TVI tem capitais espanhóis, não lhes deve ser difícil arranjarem uma cunha para a trazerem para cá. Se isso acontecer, elegerei o Jornal Nacional como programa sagrado e de culto pessoal. Tenho dito!

Thursday 3 September 2009

O Fim do Apartheid no Rock


Não é nada usual registar aqui novidades musicais, mas esta veio-me parar às mãos (ou ouvidos) algo casualmente. Saídos das ruas de Joanesburgo e do Soweto na África do Sul, os BLK JKS (lido Black Jacks) é uma banda rock que vai lançar o seu primeiro longa duração, After Robots, pela Secretly Canadian no próximo dia 8 de Setembro. Como já tive oportunidade de referir, o caldo de culturas é sempre um excelente ingrediente para estas matérias e os BLK JKS não parecem dar grande margem para desilusões. Com o tema Molalatladi, disponível para download no site da editora, recordam-nos as recentes investidas de uns Yeasayer, com a vantagem dos temas e as construções musicais virem de dentro e não de uma vontade de meninos de Brooklyn em bricarem com ritmos africanos. Esta primeira impressão desvanece-se ao ir ao MySpace da banda onde primam por algumas estruturas mais experimentais e embuídas de um calor interior e efusividade típica das paragens de onde são oriundos. Antes, ainda viram algumas composições editadas no seu EP Mistery.