Friday 27 July 2007

A Personalidade do Mês (Julho)

Com o aproximar da Estação Idiota (mais conhecida por Silly Season) aumentam também as notícias igualmente idiotas. Nesta altura não há muita pachorra para ouvir notícias, mas ocasionalmente, alguma acaba por cruzar o trajecto dos meus ouvidos e lá fica registada alguma coisa. Assim, e até porque o nomeado é um representante da região com a maior concentração de idiotas por metro quadrado durante a referida Estação, daqueles que aparecem depois muito em revistas igualmente idiotas, o prémio vai para:

Macário Correia, Presidente da Câmara de Tavira e ex-qualquer coisa do ambiente, ao ser questionado por uma jornalisa da TSF sobre o que havia causado a explosão em Tavira respondeu que “...a explosão se deveu a material explosivo”.

Comentário do Comité do Restaurante:

Atendendo ao facto que o Comité pensou durante dias e horas a fio sobre uma resposta equivalente e não consegui encontrar nenhuma, é no mínimo notável a rapidez e clareza da resposta de Macário Correia. Na nossa opinião, o premiado anda a lamber demasiados cinzeiros.

Nota do Comité: O Comité do Restaurante avisa o Dr. Alberto João Jardim que não vale a pena armar-se ao pingarelho e não aplicar as leis da República só para que se veja nomeado para este prestigiado prémio. O Comité não responde a ameaças e atitudes idiotas que só ficam bem a adornar a estação que agora se aproxima, mas avisa que ao contrário dos últimos comentários proferidos por V. Exa. aconselhamos vivamente que apanhe com urgência um avião e consulte os serviços médicos de uma instituição nas bandas da Avenida do Brasil em Lisboa, com especialistas em tratamento de doenças crónicas que revelem obsessões graves, como a que tem demonstrado há já várias décadas.

Umas Boas Férias!

Saturday 21 July 2007

A 10 000 m do Chão...

Junção de dois glaciares na Gronelândia.

Na Baía de Hudson, no Canada.

Baía de Hudson, no Canada. Os padrões são o resultado do dobramento das rochas.

Por um Planeta onde ainda seja possível ver estas imagens no futuro...

Monday 16 July 2007

Portugal Já Não Mora Aqui

José Saramago, por Vasco

Senilidade: s.f., deterioração mental ou física devida à idade avançada; velhice; senectude.

Não sou profeta, mas Portugal acabará por integrar-se na Espanha” – José Saramago (DN, 15 de Julho de 2007)

“Não sou conselheiro de ninguém, mas se eu fosse aos espanhóis não sonhava sequer em promover tal integração, salvo se lhes quisesse lixar a vida e os níveis de desenvolvimento” – Membro deste estabelecimento, que nunca ganhou um Nobel nem tem importância nenhuma.

Saturday 14 July 2007

Personalidade do Mês (Junho)

Tem sido muito complicado arranjar tempo onde ele não existe, mas a equipa cá da casa não poderia deixar de manter esta rubrica dos prémiozitos para a rapaziada desse mundo fora que demonstre ser merecedora de tal distinção.

A bufaria e o controlismo agudo parece ser o mote no Ministério da Educação, tendo agora a Associação de Professores de Matemática (APM) sido convidada a abandonar a comissão de acompanhamento do Plano da Matemática uma vez que criticou as declarações proferidas pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. Mas achamos que esta matéria começa a ser perigosamente repisada, revelando já alguns laivos de demência que colocam a democracia em estado de desgraça, e denota também uma profunda falta de imaginação. Assim, o prémio referente ao mês passado (com as eleições para a CML jà amanhã) vai para

Manuel Monteiro, candidadato à CML, que afirmou, em entrevista à TSF, que é um anormal da política.

Comentário do Comité do Restaurante:

Os nossos sinceros parabéns ao Dr. Manuel Monteiro pois a sua afirmação é de uma profundidade que julgávamos inexistente na classe política. De forma sucinta, tomou a vanguarda da própria classe sendo pioneiro em reconhecer e assumir algo que, no fundo, é comum a todos os políticos portugueses que até ao momento foram incapazes de o ver (e assumir) de forma tão clara, o que coloca a anormalidade do Dr. Manuel Monteiro numa anormal normalidade.

Menção Honrosa:

Então não é que George W. Bush consegui fazer desaparecer um relógio de pulso enquanto cumprimentava, calorosamente, uma multidão na Albânia?

Comentário: O Comité do Restaurante acreditava piamente que George W. Bush só conseguia fazer merda, mas enganou-se redondamente. O Comité soube, de fonte segura, que a sua filha lhe ofereceu um kit de ilusionismo, pelo que o presidente americano aproveitou precisamente esse contacto com a população albanesa para executar o truque do desaparecimento do relógio do pulso. Pelos vistos a sua demonstração foi brilhante, e somente os serviços de segurança deram pela manha do presidente, prontificando-se a esclarecer o Mundo. É extraordinário! Ninguém consegue enganar estes Americanos!

Thursday 5 July 2007

Berardamerda de País


A abertura do tão propalado Museu Berardo, Colecção de Arte Moderna e Contemporânea tem feito gastar muita tinta e alguma saliva na comunicação social. Uns apoiam, outros contestam e outros ainda, nem por isso ou talvez sim. Mais recentemente, após a data de abertura do Museu que ocupa os espaços do CCB, veio ao de cimo a divergência entre o senhor Comendador e António Mega Ferreira. Não sei de pormenores, mas no blog Sound+Vision, essa polémica até me parece bem comentada por João Lopes no essencial que importa dizer sobre a mesma. A minha questão é, aliás, completamente diferente e resume-se à oportunidade (ou oportunismo) de tal iniciativa proposta por um senhor Comendador, título que nem sei bem o que quer dizer (é como o Intelectual).

O senhor Joe (ou será José?) Berardo tem na sua posse uma colecção de arte contemporânea que, segundo especialistas, está entre as melhores a nível mundial. Valendo-se desse facto, o estimado senhor faz ao governo desta espécie de país uma proposta para que a sua colecção de arte fique residente no que diz ser o seu país de origem. Revelando um sentido patriótico sem precedentes, mas não renegando a sua veia para o negócio do tipo merceeiro, quer contrapartidas financeiras do estado e, para além disso, um espaço público para expor a sua colecção. O seu sentido patriótico ficou até muitíssimo bem patente com a chantagem (sim, chantagem!) de levar a sua colecção para outro país se não visse satisfeitas as condições que impôs ao Estado. Perante a opinião pública, Berardo mostra-se como um patrono das artes e da cultura em Portugal, mas só engole a patranha quem não consegue distinguir o sabor de um limão do de uma azeitona. Assim, amarra-se o generoso espaço do CCB a uma exposição fixa, em detrimento de muitas outras que por ali tinham condições de serem exibidas com sucesso, com uma programação incerta em função de um orçamento a curto prazo vindo do erário público. Um bom negócio para o Comendador, um mau negócio para todos nós. O problema aqui é que Berardo vê a sua colecção como mais uma fonte de rendimento e nunca como um verdadeiro objecto de cultura. Quanto a prejuízos, se os houver, serão acarretados pelo Estado. Assim, até um mentecapto com cérebro de galinha e destreza de uma preguiça consegue fazer fortuna a vender dicionários no Bangla Desh. Se isto é sentido de cultura e filantropia, que dizer de um Calouste Gulbenkian que ainda por cima era arménio? Ninguém viu Berardo usar da sua imensa fortuna, ou sequer das mais-valias das suas recentes especulações financeiras que são mais que suficientes para construirem um edifício condigno para albergar a sua colecção. Em toda a sua acção, não há um único gesto filantropo, somente há negócio e uma atitude nos antípodas do que se passa em países civilizados, onde muitas fortunas criadoras de Fundações são fonte de investimento nos valores da educação, saúde e cultura. Aqui, como já afirmou em tempos Miguel Sousa Tavares, são meros expedientes para fugir ao fisco ou arrecadar mais uns trocos. Justiça seja feita ao falecido António Champalimaud pela forma como decidiu aplicar uma parte substancial da sua fortuna. Mas para que seja reconhecido o mesmo estatuto a Berardo era preciso que ele tivesse algo que nunca o dinheiro conseguiu ou conseguirá comprar.

Tuesday 3 July 2007

Uma Fugaz Aparição

Estou de volta! O tempo tem sido escasso e assim vai continuar, por isso os corajosos (e teimosos) visitantes deste espaço terão de esperar mais tempo que o habitual pelas actualizações. Dei conta também que a mui ilustre visitante Extravaganza decidiu eleger esta chafarica como uma das 7 Maravilhas da Blogosfera. Muito me honra tal distinção vindo da sua pessoa, mas espero que a performance do Restaurante fique à altura do país nos Festivais da Eurovisão o que, ao contrário do que a generalidade pensa, muito nos deve orgulhar.

Durante a minha ausência também deixei um desafio que espero ter sido apreciado por todos os que por aqui passaram entretanto. Acreditem que vale a pena ouvir as versões de Pascal Comelade. Assim, os títulos e respectivos compositores/executantes originais de cada uma das covers é o seguinte:

Cover 1 – “Smoke on the WaterDeep Purple (Ian Gillan, Ritchie Blackmore, Roger Glover, Jon Lord e Ian Paice), do seu álbum “Machine Head” (1972)

Cover 2 – “All Tomorrow’s Parties” Lou Reed / The Velvet Underground, do seu álbum “The Velvet Underground and Nico” (1967)

Cover 3 – “Honky Tonk Women” Keith Richards e Mick Jagger / The Rolling Stones, originalmente um single (Julho de 1969) e depois incorporado no seu álbum “Through The Past, Darkly (Big Hits Vol. 2)” (1969)

Cover 4 – “Grândola, Vila MorenaJosé Afonso, do seu álbum “Cantigas de Maio” (1971).

Deixo ainda, por algum tempo, as versões de Pascal Comelade.