Tuesday 26 January 2010

You Like This

Preparem-se porque esta vai ser uma das frases do ano e da década, senão mesmo do século. É a face da internet bem comportada. Estamos limitados apenas a dizer que gostamos do que alguém escreve ou nos mostra, ou então permanecemos mudos, seja no Facebook ou no Google Reader. Hoje li um obituário e carreguei no Like. Agora cada um faça as suas interpretações.

Friday 22 January 2010

O Pai do Outro Gaulês


O início deste ano tem sido fértil em notícias funestas. Desta vez calhou a mais um nome da BD franco-belga, de seu nome Jacques Martin. Criador do gaulês Alix, personagem que deambulava pelo Império Romano, mas que ao contrário dos intrépidos gauleses da zona da Normandia, não distribuía bordoada pelos legionários nem tinha poção mágica. Tinha sim, por companhia, o jovem egípcio Enak nas suas aventuras. As aventuras de Alix iniciaram-se em 1965, com o álbum “Alix, o Intrépido”, e foram objecto de publicação na revista Tintin. Outra sua criação era o jornalista Guy Lefranc, esse já habitante do século XX. Jacques Martin, que foi um herdeiro da dita linha clara de Hergé e de Edgar Pierre Jacobs (criador da dupla Blake e Mortimer), deixou uma mão cheia de obras que, para além do carácter lúdico, tinham o condão de nos irem ensinando uns quantos factos históricos.


Thursday 21 January 2010

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Música alternativa é a que se ouve em bares de alterne.

Friday 8 January 2010

Uma Sociedade Mais Plural

Foi hoje que se aprovou na Assembleia da República o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Para saudar a decisão, fica um tema da guitarrista norte-americana Kaki King do álbum “...Until We Felt Red” de 2006.



Kaki KingGay Sons of Lesbian Mothers (...Until We Felt Red, 2006)

Thursday 7 January 2010

E Pur Si Muove


Era noite, e estávamos no dia 7 de Janeiro de 1610. Galileo Galilei registava a presença de 3 estrelas fixas, totalmente invisíveis a olho nú devido à sua pequena dimensão, próximas de Júpiter e alinhando-se com este segundo uma linha recta.

Faz hoje precisamente 400 anos que Galileo Galilei apontou o seu telescópio a Júpiter que o levou a descobrir as luas que em seu torno gravitam. Esta observação não foi inocente, pois a polémica do heliocentrismo versus geocentrismo havia sido novamente levantada por Nicolau Copernico, com este a defender a primeira hipótese para o Sistema Solar na sua obra, De Revolutionibus Orbium Coelestium, de 1543. No entanto, haveria de ser uma outra observação, ainda por Galileo, que foi determinante na sua confiança inabalável de que era a Terra a girar em torno do Sol e não o contrário. Foi a observação das fases de Venus, pois entravam em contradição com a hipótese geocêntrica defendida pela Igreja.

Há quem defenda que a ciência nasceu neste dia, há 400 anos, tal como na Conferência de hoje na Fundação Calouste Gulbenkian pelo Prof. João Caraça. Talvez não tenha nascido propriamente a ciência, mas mais uma certa forma de fazer ciência que cortou radicalmente com a praxis vigente até então: realizar observações e fazer experiências. Galileo foi o grande responsável pelo desenvolvimento do método científico. O que até aí constituia um acumular do saber livresco, muito metido à reflexão filosófica sobre a Natureza, herdeiro da cultura grega, acabaria por colapsar gradualmente face às sucessivas demonstrações sobre como a Natureza funciona realmente. Uma revolução que ateou rapidamente pela Europa Central e do Norte, mas que poupou algumas regiões periféricas, como em Portugal. Seria com a reforma educativa do Marquês de Pombal em 1759 que na Universidade Portuguesa se deixaria de ensinar a física Aristotélica em favor da física Newtoniana cuja obra maior, Principia, havia sido publicada já em 1687.

Monday 4 January 2010

Farewell, Farewell

É a dobrar, porque o ano ainda mal começou e já duas almas deixaram a nossa companhia.

Soube-se hoje nos meios de comunicação social que Lhasa de Sela, a cantora de origem mexicano-americana, tinha falecido com apenas 37 anos nos primeiros instantes deste novo ano, o qual havia acabado de dar as boas vindas aos habitantes de Montreal, no Canada. O cruzamento das culturas mexicana, cigana e anglo-saxónica deu-lhe os ingredientes para construir uma curta carreira, em anos e em discos, mas rica em diversidade e originalidade. Por ser tão única, e por isso tão pessoal, é daquelas expressões musicais que não são passíveis de serem emuladas e portanto é bem possível que não seja objecto de futuras recordações. Pois aqui, como forma de não ficar esquecida, deixo-vos com o tema “De Cara a la Pared” do seu primeiro disco homónimo, Lhasa, e que ouvi pela primeira vez não sei bem há quanto tempo, mas foi muito próximo da data da sua edição.




Lhasa de Sela - “De Cara a la Pared” (Lhasa, 1998)

O segundo personagem a deixar-nos foi Tibet, o desenhador franco-belga que nasceu em 1931 em Marselha, França, como Gilbert Gascard e veio a falecer ontem, na Côte d'Azur. A sua carreira inicia-se em Bruxelas para onde foi viver aos 16 anos trabalhando nos estúdios da Disney. No entanto, é conhecido pela criação das personagens Ric Hochet e Chick Bill, duas séries que fizeram as delícias dos amantes de BD na revista Tintin.

Sunday 3 January 2010

Three of a Perfect Pair

É verdade. Passaram-se 3 anos desde que tive a infeliz ideia, diria mesmo que a todos os títulos lamentável, de começar este blogue. Como o aniversário (quase que) coincide com o início do novo ano, faremos uma breve recapitulação sobre algumas das coisas boas do ano passado. São apenas as minhas impressões sobre o (pouco) que tive oportunidade de acompanhar, ver ou fazer, por isso, nada de exaustivo.

Cinema: “Gran Torino” de Clint Eastwood e “Inimigos Públicos” de Micheal Mann;
Teatro: “O Ano do Pensamento Mágico” de Joan Didion com Eunice Muñoz no TNDM;
Concerto: Wilco no Coliseu dos Recreios, Lisboa;
Leitura de “O Leopardo” de Giuseppe Tomasi di Lampedusa;
Música: Ainda não, por razões sobejamente conhecidas dos frequentadores deste tasco, mas poderei afirmar que Grizzly Bear, Bill Callahan e The Legendary Tiger Man estão, até agora, entre os eleitos.

O que foi para esquecer:
A minha persistência em continuar por aqui, que já se assemelha perigosamente à atitude do Pedro Santana Lopes na política.

Quanto ao título, é apenas uma referência aos King Crimson, sobre quem espero em breve vir a escrever algo na continuação de uma rubrica que não está esquecida.


Um Bom 2010!