Thursday 29 September 2011

Tragédia Grega: Epílogo



Epifania da Tragédia.

Wednesday 28 September 2011

Tuesday 27 September 2011

Tragédia Grega: Acto III


Símbolo a usar pelos nacionais dos Estados endividados da UE sempre que se desloquem à rua.

Monday 26 September 2011

Tragédia Grega: Acto II



© Tom Trouw

Saturday 24 September 2011

Tragédia Grega


Do FMI ao FIM: Fodidos por Insolvência Monetária.

Friday 23 September 2011

Sciencequake


De tempos a tempos há descobertas científicas que têm um impacto extraordinário na sociedade. Desde ontem que uma notícia percorre os meios de comunicação dando conta que cientistas italianos, em conjunto com o CERN, estiveram 3 anos a medir neutrinos emitidos no CERN em Genebra (partículas de massa quase quase nula, e que podem atravessar o interior do planeta de um lado ao outro sem qualquer problema, já que interagem muito pouco com a matéria normal), e chegaram à conclusão que fizeram a distância que separa o emissor de neutrinos do detector (situado no laboratório de Gran Sasso em Abruzzo, na Itália), em menos 60 nanosegundos (com um erro de 10 ns) do que deveriam se se deslocassem à velocidade da luz. Isso significa que o postulado base da Teoria da Relatividade Restrita de Einstein, de que nada se desloca a uma velocidade superior à de uma partícula de luz, que se designa por fotão, está incompleto. Em primeiro lugar, este resultado não invalida a teoria de Einstein, eventualmente torna-la-á menos completa e generalizável do que se julga. Em segundo lugar, este resultado é por demais surpreendente, de tal maneira que mesmo os cientistas que efectuaram a experiência são, porventura, dos mais cépticos. Mas o impacto de uma descoberta deste calibre é de tal maneira grande, ou não fossem as teorias de Einstein um dos pilares base do edifício científico humano, que conforme é comum nestes meios dizer-se: “extraordinary claims require extraordinary evidence”. E assim o mais certo é ficarmos uns anos em banho-maria à espera de uma replicação da experiência para verificar, efectivamente, se os resultados se confirmam ou não. É assim que isto funciona. A outra descoberta do momento, ou melhor, a falta dela, é que no LHC (Large Hadron Collider) já foram esquadrinhados os níveis de energia entre 145 e 466 GeV (Giga electrão-volt) e nem sinal do bosão de Higgs. Ou seja, procurou-se basicamente onde o dito bosão poderia estar e... nem vê-lo! Mas neste caso, tal como no da notícia de ontem, é preciso tempo para reconfirmar os dados. No caso do Higgs, actualmente a banda de confiança de que o bosão não estará lá é de 95%, o que significa que ainda há uma probabilidade de 5% de ter escapado aos cientistas. Mas à medida que os dados acumulam, essa banda vai diminuindo até um ponto que só quase por crença é que ainda se acredita que possa existir. Qualquer destes casos trarão implicações extraordinárias para as duas principais teorias da actualidade: a Teoria da Relatividade e a Teoria Quântica. Se se confirmarem os resultados, um mundo excitante de novos modelos e ideias irá mais uma vez mudar um pouco mais a nossa concepção do Mundo.

Thursday 22 September 2011

Bons Princípios


Escapada cinéfila, com mais de duas semanas de atraso, serve a presente nota para falar de um singelo e simpático filme que dá pelo infeliz nome de “Assim é o Amor” mercê da criatividade dos distribuidores que assim se lembraram de baptizar este “Beginners” de Mike Mills. E é de principiantes que o filme trata, principiantes no desenrolar de uma nova vida, no sentido do recomeço. O filme deambula por um presente que vai buscar justificações a um passado distante e a um bem mais recente. Oliver (Ewan McGregor) vai desfiando os últimos 4 anos da sua vida a partir do dia em que o seu septuagenário pai (Christopher Plummer) se assume como gay depois do falecimento da sua mãe. A partir desse dia, o puzzle com muitas das memórias de infância passa a encaixar coerentemente. Mas é através da relação com o pai, à medida que também vai desfolhando a sua relação do presente com Anna (Málanie Laurent), que Oliver parece encaminhar-se para uma vida emocional mais estável e duradoura. Mas como em tudo o que implica trilhar novos caminhos, nada é simples nem fácil, e é através da lenta compreensão, ou mesmo apreciação, da atitude do pai perante a vida e que culmina com a sua luta com o cancro, que Oliver tem a coragem de dar o passo que, até aí, se vira incapacitado. Excelente trabalho de actores e uma montagem competentíssima, sem nunca deixar o espectador perdido, com pequenos blocos de marcos da cultura popular que enquadram momentos chave da vida dos personagens. É bom ver filmes assim.

(4/5)

Monday 19 September 2011

País Irreal

Nesta última semana, as notícias absurdas sucederam-se a um ritmo alucinante. A bem dizer, a culpa não está nas notícias, mas naquilo que configuram sobre um Governo que parece estar a cair num estado de desespero e desorientação inauditos. Se se mantivessem os prémios do Restaurante instaurados nos primórdios deste estabelecimento, creio que seria difícil apresentar um vencedor. Vamos então por partes.

Descobre-se na Madeira que existe um buraco orçamental de mais de 1.100 milhões de euros, ao que o palhaço de serviço do costume já veio contra-argumantar que o fez “em legítima defesa dos ataques do governo socialista”, que “não está minimamente preocupado com a situação”, que a “obra continuará a ser feita”, que “não haverão cortes salariais na região”, e tudo o mais que o mais criativo dos políticos possa imaginar. Se Passos Coelho já tinha levado um murro no estômago com as agências de rating, agora parece ter levado uma bordoada na face e um potapé nos colhões que até se torce de dores no chão. O Ministro das Finanças, o testa de ferro do Governo, subitamente calou-se. E o país continua a ver passar o cortejo carnavalesco com o folião Jardim à cabeça, a bater palmas e a rir-se. Entretanto já vieram notícias a público que, quer Cavaco Silva, quer a PGR, sabiam da situação. Vai-se a ver e os dividendos da venda de acções do BPN por parte do PR foram investidos na zona franca da Madeira.

O Governo cometeu a inacreditável proeza de incluir na lista de organismos a extinguir o Centro Internacional de Luta contra a Poluição no Atlântico Nordeste (CILPAN), coisa que não tem poderes nem competência para o fazer porque o dito organismo foi criado ao abrigo de um tratado internacional entre a Comissão Europeia, a Espanha, a França, Marrocos e Portugal. Não fosse tudo isto triste e de um embaraço monumental para a aventesma (para não dizer profundamente incompetente e estúpido) que teve a brilhante ideia, e até dava vontade de rir.

Afinal o projecto do TGV vai em frente... mas em via única. Aqui deixo apenas o comentário de um leitor do Público que afirmava que estava profundamente convencido que se tratava de um título do Inimigo Público. Acho que não é preciso dizer rigorosamente mais nada.

Para terminar, desejo apenas que em breve, quer madeirenses quer continentais, saibam onde fica a Praça Tahrir.

Monday 12 September 2011

Six Organs of Admittance @ Teatro Maria Matos (10 Setembro de 2011)


De volta às impressões sobre concertos, e agora que se aproximam uma mão cheia de acepipes neste mesmo Teatro Maria Matos (excelente programação, nunca será demais reforçar), desta vez coube ao guitarrista Ben Chasny na versão Six Organs of Admittance a abertura das hostilidades para a rentrée. Guitarrista de créditos firmados deambulando pelas franjas folk do presente século, embora intervaladas por ambientes mais eléctricos, foi a primeira versão que trouxe ao palco do Maria Matos. Sozinho em palco, com uma guitarra que ia dedilhando com destreza assinalável, só lá para o quarto tema é que as notas saiam sem atropelos nas partes mais exigentes das composições. E as composições iam-se sucedendo entre pequenos instrumentais e simples canções numa voz de segundo plano que reforça os traços mais intimistas e sombrios das melodias. Estas por seu lado, tendem para a divagação e raramente se repetem, a não ser nos pequenos detalhes, o que a páginas tantas até dá espaço para mandar umas piadas à custa de estilos musicais. A tempos Ben Chasny vai referindo o nome de alguns temas, como “Elk River” ou “Drinking with Jack” e nós imaginamos o pôr do sol e a melancolia de uma paisagem florestada vista de um alpendre de madeira, garrafa na mão e dois dedos de conversa com risos pelo meio. Este bem podia ser um dos vários efeitos visuais que a sequência de notas que saem da guitarra de Chasny nos sugerem. Um agradável concerto, intimista, bem apreciado e recebido por uma sala cheia, a dar o prazer de uma hora bem passada. (4/5)

Tuesday 6 September 2011

Face-te Fude

Aquilo que poderia ter-se transformado numa forma inteligente de espetar uma farpa no governo, se dito de forma jocosa, vai ficar no anuário como mais uma atoarda da silly season, tal a seriedade com que o Bastonário da Ordem dos Médicos propôs taxar a dita “comida rápida”. Há certos pensamentos que, quando demasiadamente digeridos, dão na mesma substância que o cartoonista brasileiro Laerte ilustra tão bem nesta tira a propósito do mesmo assunto:


(C) Laerte