Sunday 24 June 2007

Ossos do Ofício

Durante a próxima semana encontro-me a desfrutar estes ambientes:


Até ao meu regresso, deixo aí ao lado 4 covers por Pascal Comelade e a sua Bel Canto Orquestra gravadas ao vivo em Lisboa, um nome já previamente citado neste estabelecimento. Aos estimados clientes é colocado o desafio de identificarem cada uma delas. Note-se que o público só deu pela última ao fim de 43 s. Have a nice week!

Wednesday 20 June 2007

Balanescu Quartet


Um quarteto de cordas que debita ondas de musica moderna fazendo, de quando em vez, uma ponte com ritmos da música popular. Tendo como principal mentor o violinista Alexander Balanescu, o Balanescu Quartet tem poucos discos editados, de entre os quais este Luminitza onde as composições são partilhadas com a violinista Clare Connors, e cuja música de abertura, East, fica para prova dos estimados clientes. Na sua discografia contam-se interpretações de Micheal Nyman (de cuja banda Alexander Balanescu e Clare Connors eram membros) e de músicas dos Kraftwerk e uma banda sonora para o filme “Angels & Insects”. Luminitza evoca referências ao Leste, em especial à Roménia de onde Alexander Balanescu é natural. Vi-os ao vivo em 1998 durante a Expo’98 conjuntamente com David Byrne e só por si valeram aquela noite. Já haviam colaborado no disco Feelings de David Byrne e, do meu conhecimento, também fizeram parte do elenco de músicos que gravou o belíssimo Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space dos Spiritualized, a mais espantosa ode musical à dor (de enamoramento e paixão) com visões de substâncias ilícitas.

Sunday 17 June 2007

As Chávez do Poder

Não me arrogo a especialista de coisa nenhuma, exceptuando daquilo que profissionalmente faço, pelo que nada desta prosa pretende ser mais do que realmente é: a minha singela opinião. Se bem que, com um pouco de lata e os conhecimentos certos, se possa ser um “fazedor de opiniões” como são designadas aquelas personalidades iluminadas que povoam o espectro hertziano debitando um palavreado com almejo de uma inatingível sapiência para deguste de supostos deslumbrados (com uma prosa assim, bem retorcida, até me candidato a um lugarzinho). Sim, porque os outros, na primeira oportunidade, mudam para a telenovela mais próxima, pois não tendo a capacidade do deslumbramento perante os novos oráculos televisivos, têm pelo menos a sensatez de procurar algo igualmente fútil, mas ainda assim menos indigente.

Mas voltando à razão que me leva a escrever estas linhas, tal deve-se a uma referência à súbita quebra de popularidade do presidente Hugo Chávez perante a opinião pública venezuelana (ela ainda existe? não terá sido extinta por decreto?). Ao que parece, a sua decisão (tele)visionária de mandar encerrar o canal televisivo venezuelano RCTV, não lhe renovando a licença, teve como efeito uma quebra da sua base de apoio para 36%, com 86% a manifestarem-se contra a referida decisão. Sabendo que nunca a insanidade mental de certos líderes impediu que os povos os seguissem até ao abismo, o que é que terá acometido, subitamente, ao povo venezuelano? Creio que a razão se centra essencialmente na televisão, e na provável incapacidade de Chávez ter percebido que se está a meter com um poder infinitamente maior que a sua própria loucura e cegueira. Nem será preciso fazer um esforço de imaginação neste nosso cantinho se um dia alguém decidir que os cidadãos já não precisam de votar, ou se o PNR até eleger uns quantos deputados para a Assembleia da República, ou se os divórcios passarem a ser proibidos por lei e o Estado deixar de ser laico para ser católico, e nessa altura constatar que não haverão muitos a insurgirem-se contra tais decisões ou acontecimentos. Mas se, pelo contrário, acabarem com as telenovelas, os reality-shows ou os intermináveis programas culturais sobre a esfericidade do esférico que rolou nos relvados no fim de semana anterior, assistiremos seguramente à maior revolução que há memória na história.

Tuesday 12 June 2007

A Indigência Política

O futuro aeroporto de Lisboa é um tema recorrente em todo o espectro social português. Não há luso de gema mais digno desse nome que não manifeste uma opinião, supostamente ponderada, supostamente aprofundada e supostamente informada sobre este assunto. Até é de crer que o futebol enquanto matéria de discussão nacional está perigosamente a ficar relegado para segundo plano. Mesmo na campanha para a Câmara de Lisboa o tema, que mais tem sido usado como arma de arremesso político entre candidatos do que para o debate de ideias para o município, é levado ao cúmulo do ridículo. Agora é o excelso candidato Telmo Correia que vem a púlpito afirmar a necessidade do estudo da opção “Portela mais segundo aeroporto” e que, se o governo não levar a cabo esse estudo, então deverá ser a Câmara a fazê-lo. É mais uma arrochada para a confusão geral, que de si já não é pequena, depois de técnicos de aviação civil afirmarem que esta possibilidade enferma do conflito entre os corredores aéreos dos aeroportos, pelo que a existirem não funcionariam como duas infraestruturas autónomas comprometendo assim o seu objectivo básico e primordial. Mas o mais notável é a proposta de ser a Câmara a promover esse estudo, depois de sermos bombardeados com informações sobre o buraco financeiro da edilidade. No meio disto tudo confesso-me incapacitado de perceber e discernir qual a opção correcta, mas creio que é mesmo esse o objectivo de todas estas intervenções.Cá por mim, a solução é simples e espanta-me que ninguém ainda tenha pensado nela. Façam o aeroporto em Madrid. Os espanhóis, ao que parece, tiveram a mesma ideia, por isso não vale a pena gastarmos um tusto porque os (verdadeiros) otários dos espanhóis já o fizeram. Quanto a potenciais prejuízos económicos e turísticos, apenas direi que com o tipo de fauna que por aqui se anda a pavonear, continuamos a fazer jus às palavras do Eça: isto é apenas um apeadeiro, e mal frequentado! E isto basta para percebermos quão interessante se torna para um alienígena pisar o solo português.

Cartoon de Bandeira, publicado no DN de hoje (clique na imagem para ver melhor).

Sunday 10 June 2007

O Restaurante Errou


Fui à feira do livro este Sábado naquela que terá sido, provavelmente, a primeira e última visita da edição deste ano. Infelizmente, o tempo escasseia para estas coisas... Deu, no entanto, para ter uma percepção da oferta, a qual se encontra longe dos tempos áureos da feira. Na segunda passagem pelos expositores, dei de caras com um livro que me chamou a atenção: “O Estranho Caso do Cão Morto” de Mak Haddon e na sua 5ª edição pela Editoral Presença, tendo sido originalmente publicado em 2003. Pois esta é, nada mais nada menos que, a tradução do já aqui mencionado “The Curious Incident of the Dog in the Night Time”, em cujo post (e até ao dia de ontem) me mostrava convencido que não existia tradução em Portugal (pelo vistos na revista Visão, cuja notícia me inspirou o post, também não). Pois bem: a Equipa do Restaurante errou! E assim pede desculpa aos estimados clientes, incitando-os agora a comprarem urgentemente este livro e deliciarem-se com esta história. Esperemos que a tradução não tenha feito muitas mossas, mas no título em português já se perdeu a citação a Sir Arthur Conan Doyle.

Thursday 7 June 2007

O Efeito “Caracóis de Ouro”


Já andava prometido e tinha este texto escrito há um tempo quando dei conta, nestes dias, da publicação do livro “The Goldilocks Enigma: Why Is the Universe Just Right for Life?”, por Paul Davies (Allen Lane, 2006) e que trata precisamente do assunto aqui abordado.

Pois bem, para quem não conheça a história infantil, “Caracóis de Ouro” (Goldilocks) era uma menina que um dia, quando passeava na floresta com um mau humor tremendo, decidiu entrar descaradamente na casa de uma família politicamente correcta de 3 ursos (pai, mãe e filho) e desatar a bisbilhotar e usar sem permissão tudo o que lhe aparecia à frente. A situação descrita na história e razão deste post é a particularidade de somente o que pertencia ao urso filho servir na perfeição a Goldilocks (“it’s just right” como afirmava). E o que é que isto tem a ver com ciência?

Tal como a moral de uma história, com o “Efeito Caracóis de Ouro” pretende-se realçar que há certas coincidências (ou serão meras limitações do nosso conhecimento?) que parecem ter-se conjugado todas para o nosso bem-estar, seja para a nossa própria existência no Universo ou na Terra. No primeiro caso, podemos evocar a raíz desse problema no chamado “Princípio Antrópico”. Dito de uma forma muito (muito) simples, admite que o Universo é como é porque nós existimos e, enquanto espécie inteligente, podemos efectuar observações nesse mesmo Universo. Existem contudo outras variantes do princípio, originalmente proposto pelo astrofísico Brandon Carter em 1973. John D. Barrow é um astrofísico inglês que tem livros dedicados a este assunto, um dos últimos, “The Constants of Nature: From Alpha to Omega” (Jonathan Cape, London, 2002), foi de onde retirei estes exemplos. Não deixa de ser inquetante que quando se consideram os valores que certas constantes da Natureza devem tomar para que o Universo seja habitável se chegue a uma desconfortável zona restrita, apesar dela representar a confortabilidade da nossa existência. Ou seja, considerando a razão entre as massas do electrão e do protão e a constante da estrutura fina (nome para uma constante que se define pelas constantes da carga do electrão, de Plank, velocidade da luz no vácuo, gravítica universal e massa do protão, e cujo valor é aproximadamente 1/137), a área onde se podem desenvolver estruturas no Universo é deveras apertada: um pouco mais de uma e não existem estruturas ordenadas; um pouco menos de outra e não existem estrelas; um pouco mais de ambas e não existem átomos não relativistas... Se metemos a força nuclear forte ao barulho também não chegamos muito longe: de menos e os elementos essenciais às formas de vida que conhecemos não se formam; demais e forma-se o diprotão (hélio-2) que permite um consumo rápido do hidrogénio das estrelas, ou seja, consomem-se demasiado depressa e não sobra tempo suficiente para originar estruturas vivas complexas. Em termos do Universo, parece que as leis da Natureza são “just right” para nós pulularmos por aqui e eu andar a chatear quem (ainda) tem a paciência de ler esta prosa. Filosoficamente, para mentes racionalistas, não deixam de ser questões desconfortáveis para as quais não há uma resposta satisfatória. Alguns, mais afoitos, até se aproveitam da situação para propalar que esta é uma prova de que Deus existe. Não exageremos! No entanto, até parece que o Universo foi feito para nós, e de encomenda!... Será?

E o Planeta Terra? Nos últimos tempos têm-se descoberto vários planetas extra-solares e é óbvio que existe na mente de quem empreende estas buscas ou de quem somente vai dando conta das notícias, que há uma esperança de, um dia, se descobrir um planeta como a Terra, com as condições favoráveis para o desenvolvimento da vida. E que condições são essas? Quando alguns cientistas começaram a pensar de forma mais séria sobre o assunto, chegaram à conclusão que a Terra parece ser bem mais especial do que se pensava. Mais, que a nossa existência (ou sobrevivência) resulta de um punhado de eventos felizes e coincidentes, tão difíceis de conciliar de uma só vez que a probabilidade, sequer, de se terem repetido no Universo é extremamente baixa. Nesse sentido, Peter Ward e Donald Brownlee, geólogo e astrónomo, respectivamente, da Universidade de Washington em Seattle, publicaram o livro controverso “Rare Earth” (Copernicus, Springer-Verlag, 2000) e que acaba por ser uma resposta à equação de Drake, apresentada num post anterior. Nele se argumenta porque é que a vida complexa deverá ser efectivamente rara no Universo. A talhe de foice vêm também as diversas condições para o desenvolvimento e sobrevivência da vida. Desde logo a nossa posição na galáxia, a Via Láctea, o tipo de galáxia e a idade actual do Universo. Mas comecemos por dar outros exemplos, um por um:

1. A distância do Sol: mais perto e isto era um forno; mais distante e era um frigorífico;
2. A massa do Sol: dá-lhe um tempo de vida suficientemente longo e não acaba de forma catastrófica, além de não emitir muitos raios ultra-violetas (não fosse a nossa camada de ozono...)
3. Órbitas planetárias estáveis: nomeadamente a existência de planetas com uma massa grande;
4. A massa da Terra: consegue reter uma atmosfera (um problema em Marte) e mantém um interior activo que resulta na Tectónica de Placas (os continentes andam todos à deriva na superfície do planeta). A Tectónica de Placas é uma manifestação externa do interior tumultuoso que permite, entre outras coisas, manter um termostato à custa do CO2 e dos silicatos através da meteorização (alteração) das rochas (só válido à escala dos milhões de anos) e gera o campo magnético terrestre sem o qual éramos continuamente bombardeados por raios cósmicos de alta energia;
5. A presença de Júpiter: devido à sua enorme massa pode enviar para longe de perigo um grande número de cometas e asteróides. Se a Terra estivesse constantemente a ser bombardeada (como já foi no passado remoto, e tem sido embora com uma frequência baixa) não havia vida que perdurasse por muito tempo;
6. A Lua: a sua dimensão e distância estabiliza a inclinação do eixo de rotação da Terra em relação à sua órbita. O próprio ângulo, não sendo muito grande, permite que as estações existam e não sejam muito severas.

E existiriam ainda alguns pontos adicionais... Em suma: “It’s just right!” mais uma vez. Is it?

Pode ser uma profissão de fé como outra qualquer, mas para mim tudo isto é sinal de quão pequenos somos perante a nossa ignorância. E continuo a dispensar a existência de Deus sem qualquer problema.

Wednesday 6 June 2007

O Chef do Caldo


Stanley L. Miller, era professor jubilado de Química e Bioquímica na Universidade da California, em San Diego, e faleceu dia 20 de Maio de 2007 com 77 anos. Miller ficou mundialmente conhecido depois de, sob a orientação de Harold Urey (1893-1981, Prémio Nobel da Química em 1934 pela descoberta do hidrogénio pesado: isótopos com um – deutério – ou dois – trítio – neutrões no núcleo atómico), ter realizado uma experiência laboratorial com o propósito de simular as condições na atmosfera da Terra primitiva e estabelecer de que forma essas condições tinham sido responsáveis pela síntese de moléculas orgânicas e, consequentemente, pela origem da vida na Terra. Corria o ano de 1952 e Miller estava no decurso do seu doutoramento e nos seus balões de vidro, cheios de hidrogénio e metano para simular a atmosfera, e água para simular os oceanos, provocou diversas descargas eléctricas e ao fim de uma semana, obtinha um “caldo” de aminoácidos, as unidades elementares das proteinas.

O conhecimento actual sobre as condições primitivas na Terra é ainda muito fragmentário e duvidoso, mas mais informado que em 1952, a tal ponto de se considerar que as condições atmosféricas na experiência de Urey-Miller têm pouca semelhança com a atmosfera primitiva da Terra, sobre a qual existem, ainda assim, alguns indícios. Por outro lado, crê-se que a probabilidade de um conjunto de moléculas orgânicas concorrerem todas para a construção de uma estrutura altamente organizada como o ADN é extremamente baixa. Assim, as correntes actuais apontam para que tenha havido uma base inorgânica, nos minerais, na origem destas moléculas complexas. Estes minerais, de entre os quais se encontram as argilas, terão servido como substrato catalizador das reacções e “template” para a formação de cadeias lineares destas moléculas dada a estrutura química repetitiva desses mesmos minerais. A vida terá começado não exactamente num “caldo orgânico”, mas talvez mais numa “sopa de pedra”.

Apesar destes avanços, a experiência de Miller provou que, pelo menos, era possível a síntese das moléculas orgânicas sem grande problema, e sem isso nada do que vem a jusante é possível.

Monday 4 June 2007

Personalidade do Mês (Maio)

Maio, maduro maio, quem te pintou
Com as cores do deserto, nunca te amou!

(Variações sobre José Afonso)

Antes de anunciarmos a personalidade eleita este mês e que deixou a concorrência a milhas de distância com um deserto pelo meio, algumas breves referências a factos dignos de cogitação aprofundada. Desde logo o pequeno Howard David Ludwig que aos 10 meses de idade não fala, não come sozinho e não anda, mas já tem licença de porte de arma (nos EUA, where else?). Uma ideia brilhante do seu pai, Howard Ludwig, que atendendo à fértil imaginação que teve para baptizar o seu filho deve ser pessoa de uma consciência filosófica transcendental. Eu, se fosse ao Miguel Sousa Tavares passava a ter cuidado com as declarações proferidas sobre crianças em restaurantes. Pior que tudo o que ele disse, é ter uma criança num restaurante com uma 9 mm em punho!

Mas isto não ficou por aqui, pois este estabelecimento que até se dá ares de sério em matéria de ciência, constata que afinal a segunda lei da termodinâmica não é lei coisa nenhuma. Para o provar temos o ministro israelita da Segurança, Avi Dichter, que ameaçou o primeiro-ministro palestiniano, Ismail Haniyeh, do Hamas, afirmando que pode tornar-se num “alvo legítimo”. Eis pois onde a segunda lei da termodinâmica falha: o problema isrealo-palestiniano é uma máquina de movimento perpétuo. A vantagem é que poderemos ter aqui o vislumbre de uma fonte energética inesgotável, mas quanto a ser limpa, temos as nossas dúvidas.

Quanto ao comentário jocoso sobre a licenciatura de José Sócrates (ou foi anedota? ou foi, afinal, o quê? alguém nos pode explicar?) do professor Fernando Charrua veleu-lhe uma suspensão e um processo disciplinar em acto contínuo por parte da Directora Regional de Educação do Norte, Margarida Moreira. A Pide não faria melhor, mas como este estabelecimento até foi alvo de algo do género, a prudência aconselha-nos a refrear os nossos comentários.

E agora o grande vencedor:

Mário Lino, ministro das Obras Públicas, pela afirmação no final de um almoço promovido pela Ordem dos Economistas sobre a Ota, que a Margem Sul é um deserto.

Comentário do Comité do Restaurante:

A presciência do ministro Mário Lino não merece grande comentário, tal a eloquência da afirmação. Faremos apenas referência às pérolas que se seguiram. A começar pelo facto de a Margem Sul ser um deserto, fazer aí o futuro aeroporto de Lisboa seria uma “obra faraónica”. Declarações premonitórias sem dúvida pois os faraós reinaram num deserto encostado a um rio.

Mais um exemplo: “Na Margem Sul não há cidades, não há gente, não há hospitais, nem hotéis, nem comércio”, e de acordo com um estudo recente, “seria necessário deslocar milhões de pessoas” para essa zona para justificar a construção do novo aeroporto. De facto, das últimas vezes que me dirigi a Sul, atravessando a ponte, levava o carro cheio de jerricans com água para suportar as agruras da área, tão deserta de gente que ela está.

Outro exemplo: Fazer um aeroporto “no Poceirão ou nas Faias” seria o mesmo “que construir Brasília no Alto Alentejo”. Somos da opinião que os brasileiros fizeram bem pior: construiram Brasília no Cú de Judas!

Agora, juntem a Mário Lino, o ex-ministro das finanças de Cavaco Silva, Braga de Macedo, e têm o oásis no deserto.

Em homenagem a Mário Lino, fica aí ao lado em audição o 1º movimento de "The Desert Music" de Steve Reich, incluído na colectânea Phases. Os estimados clientes podem também apreciar esta peça da escola minimalista contemporânea.

Menção Honrosa:

O jogging do primeiro ministro, José Sócrates, em Moscovo, que levou ao encerramento da Praça Vermelha.

Comentário: Com este acontecimento, quem dirá agora que Portugal não tem projecção e influência internacional? Perguntem ao Bush se ele consegue fazer o mesmo.

Comunicado do Comité do Restaurante: a equipa que esforçadamente tenta dar um ar de seriedade a este estabelecimento, mas sem qualquer sucesso até ao momento, declina qualquer responsabilidade pela demissão anunciada de Paul Wolfowitz do Banco Mundial. Aliás, esta mesma equipa manifesta um profundo pesar por tal decisão, pois é da opinião que se perde um elemento competente na promoção da guerra no Iraque e, acima de tudo, com um espírito de sacrifício sem paralelo.