Friday 6 May 2011

Chico Experts

Agora que vamos tendo uma ideia da forma como nos vão apertar os calos nos próximos anos, têm-se desmultiplicado em debates e comentários vários “especialistas” de economia que não se cansam de lançar para o ar meia dúzia de opiniões avulsas e gratuitas sobre a sua maneira peculiar de poupar dinheiro ao Estado. Numa das que ouvi, por alguém de quem se diz ter nome na praça, o seu discurso pegava em meia dúzia de indicadores, tais como os rácios docentes/alunos em Portugal, para vaticinar logo com uma ligeireza descomunal a forma como cortar despesa na Educação. Pois bem, eu nem sequer quero estar com veleidades equivalentes, até porque tenho de me remeter à minha humilde posição de pessoa vulgar e comum, sem a mesma visão presciente de sumidades deste calbre, para contra-argumentar sobre o que se passa na Educação, matéria que em grande parte desconheço mas que também reconheço ter os seus problemas. Mas não resisto a fazer um exercício semelhante: Como na Assembleia da República, dos 230 deputados do hemiciclo eu ouço intervir, em média, apenas uma dúzia deles, parece-me óbvio onde cortar nos gastos desmesurados da instituição, logo a começar no número de deputados seguido do pessoal de apoio para aquela gente toda.

Se os nossos “especialistas” não conseguem construir opiniões melhores do que aquelas que se ouvem da boca do homem da rua, melhor será as televisões deixarem de pagar aos comentadores e convidados de estúdio e façam mas é directos com abordagens aos transeuntes ocasionais. Não só a informação não piora, como ficaremos a saber qual o verdadeiro sentir do povo.

3 comments:

Maria said...

Há dias atrás comentei isso mesmo. Como é possível o elevado número de deputados para o número de habitantes... já sem falar nas famosas ajudas de custo. Eu cortaria-as todas, tinham um salário e como todo Homem, e Mulher comum, governariam-se com esse mesmo dinheiro. Moravam no quinto dos Infernos e tiveram de se mudar para Lisboa para exercer a sua profissão, azar, temos pena. Foi uma opção da Pessoa.

Este comentário está a ficar muito azedo, é melhor parar por aqui. E, eu também sou muito leiga nestas coisas.

strange quark said...

Acima de tudo o que me irrita é esta vacuidade de pensamento de gente que opina sobre tudo de uma forma ligeira. São uma espécie de deslumbrados da passerelle televisiva. Em Portugal estamos cheios disso, e por vezes ouço coisas que, se reflicto bem no que é dito, verifico que o que é enviado para a opinião pública corresponde a um conjunto de banalidades que qualquer pessoa com dois dedos de testa é capaz de articular.

E já agora, aproveitei para corrigir a gralha de não serem 250, mas sim 230 o número de deputados na Assembleia.

strange quark said...

O Blogger esteve marado e perdeu posts. O que tinha respondido está aqui:

Acima de tudo o que me irrita é esta vacuidade de pensamento de gente que opina sobre tudo de uma forma ligeira. São uma espécie de deslumbrados da passerelle televisiva. Em Portugal estamos cheios disso, e por vezes ouço coisas que, se reflicto bem no que é dito, verifico que o que é enviado para a opinião pública corresponde a um conjunto de banalidades que qualquer pessoa com dois dedos de testa é capaz de articular.

E já agora, aproveitei para corrigir a gralha de não serem 250, mas sim 230 o número de deputados na Assembleia.