As Verdades Que São Mentiras e as Mentiras Que Continuam Verdades
Estive com vontade danada de publicar isto a 1 de Abril, mas acabei por não ceder às tentações. Iremos pois invocar, uma vez mais, o Ano Internacional do Planeta Terra (AIPT), não sem antes abordar a primeira parte que o título sugere. O Ano Polar Internacional esteve inicialmente programado para ocorrer durante o período de 2007/2008, mas afinal acabou por ser estendido até 2009 ao contrário do que aqui havia sido afirmado há um mês. Seguramente aproveita o balanço que o AIPT tomou para que estejamos mais um ano a falar dos polos e da sua importância para os balanços climáticos.
Quanto ao resto! É sempre com alguma amargura que constato uma clara displicência generalizada por determinadas áreas do saber. Um pouco mais ou menos como no desporto, em que se fala 364 dias do ano de futebol e das outras modalidades no resto do tempo, e somente quando ganham algo de significativo. O AIPT foi uma iniciativa proposta pela IUGS (International Union of Geological Sciences) e que foi acolhida pela UNESCO. Por cá, as movimentações não se fizeram esperar, e os que normalmente nunca se preocupam e praticamente ignoram uma ciência que dá pelo nome de Geologia (nas 24 h do seu dia-a-dia nem se lembram sequer que existe), foram dos primeiros a assomarem ao palco e ao centro das atenções e holofotes. É a chamada corja de “cientalites”, uma mistura de “cientistas” e “socialites”, pois não se lhes reconhece outra actividade no curriculum que não seja aparecerem e serem fotografados em festividades que se transformam em circos bacocos. Quanto aos que, muito seriamente e com algumas dificuldades, têm vindo a fazer trabalho efectivo nesta área desde há anos, nem sequer houve a delicadeza de lhes perguntarem a opinião. Para quê? Já não dissemos aqui que a mediocridade só prevalece se a competência se mantiver enterrada?
No comments:
Post a Comment