Saturday, 17 May 2008

Notícias de Ciência (I)


Boas notícias para os caçadores de Planetas extra-solares: a 2 de Abril foi publicado na Nature um artigo que propõe a possibilidade de aplicar técnicas mais precisas de calibrar os espectros luminosos de corpos celestes, o que permitirá a detecção de variações nos espectros quase diminutas. A técnica em causa são os “pentes de laser” (laser combs) que deram em 2005 aos seus inventores o Prémio Nobel da Física (Roy Jay Glauber, EUA; John Lewis Hall, EUA; Theodor Wolfgang Hänsch, Alemanha). A aplicabilidade na astrofísica (já designados “astro-pentes”) permite a medição de linhas espectrais de radiação electromagnética com uma precisão 60 vezes superior às das técnicas correntes de topo de gama. Assim torna-se possível a detecção de desvios nos espectros de estrelas que sejam causados pelo trânsito de planetas com massas pequenas (na gama do planeta Terra), o que de outra forma seria indetectável. Boas notícias para a astronomia na procura de locais potencialmente habitáveis no Universo (possivelmente com almas irmãs, se não forem gémeas).

Será que há bens que vêm por mal? Parece ser a conclusão de Judith Perlwitz, climatologista da Universidade do Colorado em Boulder e do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), pois os padrões de ventos sobre a Antárctica modificaram-se com a recuperação da camada de ozono, permitindo a incursão de massas de ar mais quente no interior do continemte gelado, acelerando a fusão da calote de gelo. Desde a assinatura em 1987 do Protocolo de Montreal que baniu o uso dos meléficos CFC's, que a camada de ozono tem vindo lentamente a recuperar na estratosfera. É uma camada que filtra os perigosos raios ultra-violetas do sol que são altamente lesivos para os tecidos orgânicos. O esforço de aplicação do Protocolo assinado em 1987 tem dado resultados positivos (um dos exemplos de sucesso que muitos desejam que aconteça igualmente com Quioto) prevendo-se que dentro de 70 a 100 anos o Planeta recupere a camada de ozono com a espessura original. Agora verifica-se que a sua depleção talvez tenha contribuído para o retardamento da fusão dos gelos antárcticos devido ao aquecimento global do planeta. Mais um exemplo demonstrativo da complexidade do sistema com que lidamos e que estamos muito longe de compreender.

Figura (C) NASA

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