Friday, 4 May 2007

Autarquite


Membros do departamento do DIAP (Doenças Infecciosas das Autarquias Portuguesas) andam há já vários anos atrás do agente causador de uma doença, que designaram como Autarquite, e que tem acometido diversos autarcas portugueses nos anos recentes, o último dos quais da autarquia de Lisboa. Esta doença manifesta-se através de condutas duvidosas com um sentido muito forte de apego ao poder. Crê-se que apesar de estarem conhecidos e registados apenas alguns casos, um verdadeiro rastreio nacional evidenciaria uma autêntica epidemia a qual, comparativamente, faria dos agentes causadores da Peste Negra, da febre hemorrágica do Ébola, de Marburg e afins meros achaques de indisposição. Os seviços do departamento do DIAP aconselham a população a tomar medidas preventivas, nomeadamente não aceitarem panfletos de desconhecidos na rua, assegurarem-se de que os electrodomésticos que ganharam numa promoção foram entregues por um agente autorizado e não por um autarca, pedirem sempre o recibo das quotas mensais pagas ao clube de futebol da terra, certificarem-se que o apartamento que compraram com o esforço do seu trabalho não está, afinal, na futura zona de implantação de um gimnodesportivo, estádio ultramoderno, aeroporto ou linha de TGV, e prevenirem as autoridades sobre pessoas que manifestem apoios incondicionais à regionalização. Mas acima de tudo, o DIAP e o país em geral agradece que, pelo menos, não voltem a votar neles.

3 comments:

LisbonGirl said...

Espero que votar nunca mais seja a mesma coisa e que a participação nas campanhas eleitorais passe a ser mais crítica, participativa e construtiva e que essa participação efectiva, durante as campanhas, permaneça durante a totalidade dos mandatos. Espero que nos tornemos todos mais rigorosos e participativos!

De facto isto parece pior que a peste!:)

strange quark said...

O problema é que as campanhas (e os candidatos) são reflexo dos eleitores, por isso, esse é um problema que, sem dúvida, nos toca a todos. E a nossa demissão dos actos eleitorais é que nunca será solução para nada... Mas confesso que foi com alguma surpresa minha que assisti a este desfecho na CML. Mas enfim, a política deve ser levada a sério e nestas matérias não se deve brincar com o fogo, por isso a renúncia ao mandato parece-me sempre uma atitude acertada e sensata.

LisbonGirl said...

Precisamente. Há que ir votar sempre!E com informação e consciência!

Sim, tem sido tudo muito surpreendente nos úlimos tempos!

Apesar de tudo, bom domingo, Strange Quark!